Meu filho faz muita birra

Birra é aquela palavrinha que, basta um pai ou uma mãe ouvirem, para dar arrepios. Ela aparece de várias formas: por vezes, quando a criança se joga no chão, quando se debate em uma festa ou um lugar público, chora, grita e por vezes até bate a própria cabeça contra a parede. De acordo com a pedagoga e psicóloga Betty Monteiro, trata-se de uma fase do desenvolvimento. “No entanto, dependendo de como os pais lidem, a criança acaba levando esse comportamento por mais tempo”, diz. Para ajudar as famílias a lidarem com esse desafio, coletamos algumas informações fundamentais com a especialista. Confira.

Quando a birra aparece?

Os primórdios da birra, segundo Betty, aparecem aos 10 meses da criança. Normalmente, contudo, a birra se instala dos 18 meses mais ou menos aos 5 anos.

Por que ela acontece?

“A birra é um comportamento aprendido, como todos”, explica a pedagoga. À medida que vai crescendo, a criança percebe que consegue chamar a atenção dos pais com o comportamento negativo. “Quando a mãe tira algo dela, por exemplo, ela vê que, ao se jogar no chão, consegue ter o que deseja.” A partir de então, a criança entende que pode vencer os pais pelo cansaço. Especialmente em lugares públicos, em que o desconforto da família é maior, assim como o desejo de interromper o acesso de birra. O julgamento das pessoas também piora o processo. “As pessoas criticam pais que têm filhos que fazem birra. Acham que vai ser diferente com eles”, diz Betty.

Como lidar com a birra?

Quando o assunto é lidar com uma criança que faz birra, a psicóloga explica que o pior a fazer é interferir. “Se os pais interferem e atendem o que a criança deseja, ela vai intensificar os acessos de birra”, explica. Além disso, ao pegar o pequeno que se debate na marra, os pais podem machucar a si ou à criança – é comum, nesses momentos, que eles deem chutes ou tapas.

É importante entender também que a criança não tem compreensão de moralidade nessa fase. Não adianta, portanto, deixar de castigo ou falar em certo ou errado. De acordo com a especialista, o melhor a fazer é não dar atenção à birra. “Saia de perto e fique de longe olhando o acesso de birra. Quando a criança parar e te chamar, apareça e pegue-a. Não é hora de lição de moral ou bronca. Leve o pequeno para casa e explique que ele ainda não está pronto para aquele tipo de passeio”.

Depois dessa experiência, vale esperar mais um pouco para tentar novamente fazer esse tipo de programa com o seu filho. Betty fala: “Trata-se de ética de responsabilidade, de aprendizagem, a criança precisa passar por esse processo”. Quando decidir tentar novamente, lembre a criança do que ela não deve fazer. Isso continuará até que ela aprenda.

Outra dica importante é considerar os programas aos quais você submete seus filhos. “É preciso ter bom senso e entender se o ambiente é propício para crianças. Do contrário, elas podem mesmo se frustrar e fazer birras”, diz.

(crédito da imagem: freepik)

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